segunda-feira, 30 de junho de 2008

E por falar em saudade...

... em saudade não se fala, só se pensa!

Eu sempre sonhei colorido e algumas pessoas estranham quando falo isso. Eu estranho é quando me falam em sonho preto e branco. Meu sonho é colorido, e tem cheiro, e tem sensação térmica, sabor, som e, as vezes, tudo misturado...
Quando eu era pequena, bem menor do que sou hoje, gostava de tudo que brilhava; e ainda lembro dos dias de medo do escuro: se eu fechava os olhos muito fortemente via objetos brilhantes e acabava adormecendo... acabei por vincular o brilho ao ato de sonhar.
Nunca fui uma sonhadora por natureza, não vivo com os pés fora do chão, não sou de viver sonhando no sentido quixotesco que essa expressão pode evocar.

Tenho um pedacinho da minha vida invadido por sonho...
E é um sonhar vivendo... é ter em vida - acordada, dormindo, acordando ou adormencendo- um momento com todas as cores, perfumes, sensações, sons, ritmos... e ainda um brilho parecido com aquele que me fazia dormir na infância apesar do medo, mas ainda melhor!

Acordo! Tenho em mim aquela tão conhecida vontade de voltar... de continuar meu sonho exatamente de onde foi interrompido, mas a vida real inteira me arranca da cama.
Vou seguir meu dia... com essa saudade do meu sonho que é minha... só minha!
Ter um segredo assim me faz sorrir sozinha quando qualquer coisa do dia me faz lembrar tudo que senti: Que saudade do Meu Sonho!

Mas em saudade assim não se fala, porque palavra é coisa falha, e essa, se repetida, pode se transformar em dor... a Minha Saudade não pode sequer parecer com dor!
Eu quero mais é continuar sorrindo com ela no decorrer do dia, porque ter uma saudade com gostinho de sonho é sorte!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Buscando amor...

AMOR FEINHO

"Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho." (Adélia Prado)