quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

a nadar

Esse grande amor é nada!
Nada é grande ou o quê?
Não sei!

Só sei que nada!
Nada, nada, nada...
Não se afoga nem a pau

Não morre na praia
Nada, nada e nada

Tem pulmão
Tem fôlego
Encontra rio?

Eu rio... eu nado... eu acabo por ir a mar e amar...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Receita de Sonho com recheio de Beijinho Picante

Ingredientes:
1l de expectativa
3 colheres de sopa de ilusão
5kg de encantamento
5 colheres de sopa de fermento "Real"
500g de admiração
1 pitada generosa de desejo sexual forte

Modo de preparo:
Junte os 5kg de encantamento com o fermento e reserve, deixe a massa crescer indefinidamente.
Cozinhe 1l de expectativa com as 3 colheres de ilusão em fogo brando ou em banho maria, se preferir. Quando ferver, adicione 1 pitada de desejo sexual forte e reserve.
Em seguida junte tudo e leve ao forno pelo tempo que for preciso.
Decore com admiração a gosto.

Bon appétit!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pedalando...

Na noite passada tive um daqueles sonhos malucos, cheio de detalhes irrelevantes pra quem escutar a sua narração e cheio de detalhes importantíssimos pra mim que senti o sonho, como é de costume com esses sonhos tipicamente meus...
Sonhei que eu andava numa rua muito esquisita e era atropelada por uma bicicleta. Depois de estirada no chão chamando todos os nomes mais feios do mundo a criatura que pedalava a tal bicicleta, cuja figura me deixou completamente impressionada, me ajudou a levantar... pronto!
Sonho idiota, né?
Pois é! Mas passei o dia com isso na cabeça...
Mais tarde do dia, depois do encontro de toda segunda-feira (que dia mais tosco é a segunda-feira!) o moço mencionado anteriormente, o do sorriso do sol de primavera (piegas ao cubo, mas é bem isso...), me passa em sua bicicleta e diz que ela o leva aonde quer que ele vá...
E acaba aqui a narração.
Que besteira, não?
Pois é...
Mas essas coincidências idiotas, bobas e irrelevantes são tudo que se quer pra alimentar paixões infantis (aquelas deliciosas borboletas no estômago)...
Tomara que esse moço ande a pedalar por aqui, pertinho dos meus sonhos, nem que seja de vez em quando...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Tudo por acaso, mera distração e zapt... BUM!

Na verdade não sei como quero começar isso aqui, não sei se quero escrever... simplesmente comecei e se não tiver fim dessa vez, peço desculpas à minha meia dúzia de leitores. Em contrapartida, uma boa notícia: os acentos estarão presentes de agora em diante!
Os que já acompanham a novela diária de uma maluca em aventuras carregadas de sentimentalismo do barato (mas do bom, creio...) não vão estranhar se não tiver fim... mas ainda preciso começar a dizer a que vim dessa vez...
Meus caros, andei distraída depois do último desabafo! Enormemente distraída e envolvida com o SOM. Alguém lembra aquele Carnaval de 2008 em que minhas lágrimas ficaram penduradinhas quando desceu ladeira abaixo o Maracatu todo branquinho e prateado perto das 5 da tarde? Pois bem, vejam o tom anedótico dessa minha historinha de hoje: junto com tudo que esculhamba meu coração por natureza, desce a ladeira em pleno inverno gaúcho o menino dos olhos de trovão e sorriso de sol de primavera... tu tá tu tá tu tá tá tu tá tá!!!
E assim estou, tal qual aquela reação do carnaval de 2008: vendo o cortejo passar deixando um perfume no ar... estática, muda, estátua com respiração ofegante... fingindo silenciosa... acho que é tudo!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tudo por acaso... mera distração!

Confessava àquela boa e grande amiga a inquietante espera pelo acaso milagroso, a espera pelo instante em que o famigerado ponto x cruzaria o ponto y, ou melhor, queria o encontro do x com o yz que havia encontrado em seus cauculos mal feitos e desajeitados de boa linguista que ousava buscar a ser.
Lembrou-se, então, de um dos fragmentos preferidos do seu livro preferido: aquele que fala do traço dourado magico deixado por Sabina na vida de Franz... o seu livro havia ficado com a mesma boa amiga da conversa... recorreu ao Mr. Google e voilà! O seu amado Kundera enviou uma nova frasezinha que vinha muito bem a calhar com o que tinha acabado de dizer sobre a impossibilidade de um raio cair duas vezes no mesmo lugar: "La valeur d'un hasard est égale à son degré d'improbabilité" (O valor de um acaso é igual ao seu grau de improbabilidade). E isso imprimia um belo ponto às suas inquietações, ao menos às daquela noite. Em primeiro lugar, o telefone so tocaria se estivesse suficientemente distraida, como Clarice um dia lhe contou; em segundo lugar, não seria hoje que encontraria a "formula do acaso, a curva do universo, o alcance da promessa, o salto do desejo, o agora e o infinito" ou tudo aquilo que era apenas e tudo que lhe interessava, como Lenine lhe cantava todos os dias; e, finalmente, se o improvavel reencontro de perdidos na capital gaucha acontecesse, encontraria seu valor em si mesmo, como Milan generosamente escreveu permitindo que fosse lido por acaso em um dia perdido de outono no sul do Brasil.