sábado, 29 de novembro de 2008

"Eu amava como um sonhador..."

Des yeux dans le ciel - Alfred Gockel


Delicados sonhos

Abriu-se a janela dos sonhos
E de repente, tudo fluiu
Que eu naturalmente me dei
Com toda loucura que juntei
E que tive naquele instante.
Senti que a boca que beijei,
Tinha sabor de cumplicidade
Posso agora ao beijo ganho
Saber o que esperei.
Depois quando a realidade

Me fez, mais uma vez, acordar
E sentir que o torpor é sonhar
Com uma cotidiana saudade.

(Maria Efigênia Mallemont)


Eu amava como um sonhador, sem saber por quê... e amava ter no coração a certeza ventilada de poesia de que o dia não amanhece, não... Eu amava como um pescador que se encanta mais com a rede que com o mar. Eu amava como jamais poderia se soubesse como te contar.(Oswaldo Montenegro)

domingo, 23 de novembro de 2008

Escrituras de um marinheiro de nuvens...

Porque quase tudo que ele escreve em seu blog é muito do que eu queria dizer... peço permissão de publicar aqui um texto que poderia, facilmente, ser meu, se eu usasse como ele as palavras em determinados momentos... Voilà:

um abraço em milhas de eternidade

Para minha pequenina estrelinha do norte

...e confesso que naquela noite que a vi e não sabia que mais a veria, pensei em tomá-la em meus braços, saber de seus amores morto-vivos, seus sonhos e suas tristezas, mas apenas brinquei com o formato engraçado do seu nariz e a deixei partir já que eu não poderia ficar. A vida continuou e , agora, depois de um ano, "eu falo" e ela me "escuta"(estão em aspas porque, embora sejam escritas, não possuem som algum), distante, lá onde o mar tem um cheiro diferente e a chuva nunca me traria a nostalgia.Hoje, talvez eu a tenha de uma forma mais pura, como as nuvens que trazem as noticias do norte, mas ainda sinto vontade de cuidar dela, de fechar seus olhos para que sinta eu a abraçando eternamente e, terminando a eternidade desse abraço que ela tanto precisa, sinta um beijo na testa com um afago nos cabelos desajeitado e molhado por lágrimas, arrumando-os por trás da orelha, para que quando o sol nascer, seja hora dela refletir seus raios em seus cabelos tão sonhadores...

...que um dia encontres alguém que tenha asas e te leve para o paraíso onde apenas apontei o caminho entre as estrelas...

Postado por Balthazar Sete-Sóis às 20:56
Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

Breve canto da moça sonhante...

E a moça sonhante, perdida naquele quase-novo-pais distante, deslumbrava-se a cada nova descoberta, a cada nova conquista.
Cada nova cor trazia um novo significado, uma nova maneira, dentre tantas, de enxergar o mundo, sobretudo o seu mundo, tão particular...
Embora, nesse momento, fosse tomada por tanto encantamento e sonhasse com principes, princesas, castelos encantados e cavalos alados, ela não podia esquecer o azul que vira e não podia desejar outra coisa: tornar-se uma sereia de canto mais forte que qualquer outra.
Apenas assim seria capaz de cantar sua saudade de forma a percorrer mares e terras e conseguir expressar sem maiores encantos e sem utilizar palavras: te vejo por perto em tudo e em todos os lugares!
Com toda a delicia de fazer sentir sem precisar de palavra alguma...
Pobre moça sonhante...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dos Aprendizados...

Aprendizado -Affonso Romano de Sant'anna

Estou aprendendo a enterrar amigos,
corpos conhecidos, e começo as lições
de enterrar alguns tipos de esperança

Ainda hoje
sepultei um braço e um desejo de vingança
Ontem, fui mais fundo:sepultei a tíbia esquerda
e apaguei três nomes da lembrança



Aprendizado - Ferreira Gullar

Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.